Diário de Mercado na 3ª feira, 18.12.2018
Petróleo desaba e Ibovespa tem repique acompanhando bolsas de Nova York
Comentário.
Passado o último vencimento de opções sobre ações da véspera, hoje foi dia de repique no mercado acionário doméstico, após dois pregões de baixa. Isto, apesar do impacto negativo nos papéis da Petrobras, visto que, no mercado internacional, o petróleo tipo brent caiu mais de 5% e o do tipo WTI desabou mais de 7%.
Em suma, o índice brasileiro foi seguindo a tendência do S&P500 após sua abertura em Wall Street, tentando um descolamento positivo na meia hora final, mas, se adequando no final à menor variação do índice norte-americano. Até o volume financeiro que parecia minguar, natural com a proximidade do final do ano, ganhou impulso na parte da tarde.
Amanhã será a última decisão do Fed sobre a política monetária local, com o Banco Central norte-americano constrangido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que declarou que não deseja nova elevação da taxa e, também, pela chamada inversão da curva de juros dos títulos do Tesouro, na qual as taxas de 2 anos, 5 anos e 10 anos estão bem próximas, suscitando temores de possível recessão futura naquele país.
Ibovespa.
O índice doméstico abriu e operou ao longo de todo o pregão em campo positivo, chegando a superar os 87 mil pts. Todavia, no leilão de fechamento, nos cinco minutos finais, perdeu força e reduziu o ganho no dia.
A Vale e os papéis do setor de bancos garantiram o fechamento positivo, enquanto as ações da Petrobras pesaram sobre o índice, impactadas pela quedas acentuadas dos preços do petróleo.
O Ibovespa fechou aos 86.610 pts (+0,24%), acumulando -0,96% na semana, -3,23% no mês, +13,36% no ano e +18,46% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,063 bilhões, sendo R$ 11,656 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 de dezembro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 277,609 milhões, diminuindo o saldo positivo de dezembro para cerca de R$ 236 milhões. No ano, o déficit aumentou para R$ 9 bilhões.
Agenda Econômica.
A ata do Copom frisou no balanço de riscos: “os riscos altistas para a inflação permanecem relevantes e seguem com maior peso", bem como, "cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária, inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguição de seu objetivo precípuo de manter a trajetória da inflação em direção às metas".
A ata foi, basicamente neutra, dissipando aqueles que acreditavam em um cenário mais suave, mas, não teve nenhum tom mais agressivo.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado em R$ 3,9030 (+0,10%), acumulando -0,08% na semana, +1,17% no mês, +17,74% no ano e +18,45% em 12 meses.
A trajetória esteve mais oscilante na parte da manhã, devido ao comportamento da moeda no mercado internacional, mas, na parte da tarde, operou com curtas variações.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos atingiu 200 pontos ante 198 pontos de ontem.
Juros.
Os juros futuros terminaram em alta, levantando como um todo a curva da estrutura a termo da taxa de juros. A interpretação de um tom menos brando da ata do Copom fez com que as taxas subissem um pouco mais pela manhã, mas arrefeceram a alta na parte da tarde.
Para a semana.
No Brasil: Relatório trimestral de Inflação, Caged, Arrecadação de impostos e IPCA-15. Nos EUA: Dados do setor imobiliário, Decisão do Fomc (Fed) e PIB. França e Reino Unido: PIB. Japão: Decisão BOJ.
Confira noa anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 18.12.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON ALVES, CNPI-T, ambos da equipe do BB Investimentos